"Primeiro Deus criou o homem, mas depois... bom, depois Ele teve uma idéia melhor", bem melhor!

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Começar de novo...

Será que ainda estou em busca de um amor romântico, de um jeito talvez idealizado nos cinemas, em filmes como Diário de uma Paixão, Harry e Sally - Feitos um para o Outro, A Casa do Lago ou Orgulho e Preconceito?
Na verdade, (preciso confessar!) ainda me emociono ao ver duas pessoas no altar prometendo amor eterno. O problema é que o tempo me mostrou, na verdade escancarou, que esse sentimento não consegue sobreviver à dura realidade da convivência.
Mudam-se os atores, mas o roteiro é o mesmo.
A tendência é repetir os erros, atribuindo ao outro o papel de provedor de sua felicidade ou infelicidade, dependendo da fase da relação em que vocês se encontram.
Eu vivi isso e aprendi a lição, pois esperamos sim que uma outra pessoa entre em nossas vidas para preencher o vazio que sentimos. Mas, não nos damos conta de que esse vazio nos acompanha desde a infância, desde sempre.
No útero, vivemos uma situação de aconchego que é rompida no nascimento. Esta sensação é então substituída pelo inevitável sentimento de desamparo que nos persegue por toda a vida.
A busca de uma cara metade, de alguém perfeito para nós, não passa de uma tentativa de tapar o buraco, de amortecer a dor pelo fato de nos sentirmos tão sós. Projetamos no parceiro o que precisamos e queremos que ele se comporte de acordo com as nossas necessidades.
É muito bom quando encontramos alguém com quem podemos estar juntos, relaxar, trocar carícias, amar. O problema aparece quando passa a fase da paixão e a personalidade de cada um se evidencia. Inicia-se então um jogo de poder para saber como o relacionamento irá se desenvolver.
Qual é a cara que esse relacionamento deve ter?

Pode ser que cada um dos dois tente impor seu próprio ritmo e isso gere uma disputa sofrida e interminável. Pode ser que um dos dois ceda, anulando-se na relação. Se isto acontecer é provável que o parceiro o despreze depois. Muitos círculos viciosos acontecem destruindo qualquer tentativa para que o romance seja bem sucedido.
Esta questão só se resolve quando cada um compreende o que quer para si e para o seu relacionamento. Qual é a sua intenção?
Às vezes basta parar perguntar e responder com sinceridade: o que você espera de mim? O que você quer comigo? E saibam que as resposta podem ser reveladoras e surpreendentes.
É tão mais fácil quando a conversa flui e as coisas ficam claras.
Desejo e bem-estar e não dependência e necessidade.
Isso é amor!

Somente com muita consciência e autoconhecimento é que podemos fazer uma opção por uma vida baseada em virtudes e não nos vícios e repetições inconscientes.
Quando escolhemos o caminho do bom senso e da comunicação, já é um passo importante para estabelecer relações que também sejam fortes e duradouras. Nossa atitude muda. Não esperamos mais que o companheiro nos dê aquilo que está faltando. Os dois se trabalham o tempo todo, funcionando como uma espécie de espelho para que se enxerguem melhor. Os conflitos não são mais vistos como algo ruim, mas como oportunidades de crescimento.
Assim, a parceria deixa de ser algo fantasioso para funcionar como suporte de uma jornada que nem sempre é fácil, mas com certeza é virtuosa.
Para que um relacionamento seja satisfatório é importante que tenhamos a sensação de que estamos sendo nós mesmos, que somos autênticos. Pode até disfarçar por um tempo, mostrando aquilo que o parceiro espera. Podemos fazer de conta que somos um menino ou uma menina boazinha e politicamente corretos. Mas é inevitável que em, algum momento, cansemos e mostremos as garras, ou melhor, mostremos nosso verdadeiro eu.
Do outro lado, é bem capaz que o companheiro ou companheira fique decepcionado(a) achando que comprou gato por lebre."Não é com este cara que eu me casei!".
Mas o tempo se encarrega de mostrar quem as pessoas realmente são. Por isto só nos resta mudar nossas cabeças, conceitos e sentimentos, aprendendo a construir relações baseadas mais na realidade e menos em projeções românticas.
Não estou dizendo que é ruim luz de velas, flores, surpresas e gentilezas. Tudo isso é muito bom, mas constituem somente uma parte da história. Se não tivermos a capacidade de enfrentar os momentos difíceis, de encarar a dor que caracteriza o crescimento e a resolução de conflitos, se formos sempre reféns do medo e da necessidade de aprovação, não conseguiremos estabelecer um vínculo de qualidade.
Podemos ter medo de nossa própria agressividade, abaixando a cabeça quando deveríamos defender nosso espaço e nossa dignidade. Podemos ter medo do que os outros pensam de nós. Podemos ter medo do desconhecido. Sendo assim, nossa vida não consegue fluir com felicidade. Podemos até ter dinheiro, patrimônio, segurança, mas com certeza, não conseguiremos um bom relacionamento.
O amor combina mais com uma atitude corajosa. Decidimos que queremos ser felizes, custe o que custar. Não nos contentamos com pouco. Quando a comunicação não está boa, convidamos o outro para conversar, mesmo que esta atitude signifique muita adrenalina. Queremos entender o que está errado sem importar-nos com quem vai ganhar ou perder.
Fundamental é ser feliz!
Para isto não existem fórmulas fáceis. O caminho é a incansável busca de nós mesmos, dos nossos talentos, da nossa forma única de colaborar para que este planeta seja um pouco melhor. Então nos sentimos mais úteis, nossa vida tem mais sentido e a luz interior aparece.

Precisamos ser os primeiros a nos reconhecer e a nos aprovar.
Sentimos-nos mais preenchidos, o vazio diminui. Desta forma, o companheiro estará ao nosso lado como um parceiro com quem podemos contar e compartilhar a vida e não como alguém chato que cobra algo que nós não podemos, nem temos para dar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário