"Primeiro Deus criou o homem, mas depois... bom, depois Ele teve uma idéia melhor", bem melhor!

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Mulher ontem e hoje


Dizem que antigamente nós, mulheres, pensávamos apenas na família, na casa, nos filhos, nos problemas, menos em nós mesmas. É como se fossemos condenadas a viver a margem de uma sociedade machista, que nos rotulou de subversivas uma vez que Eva induziu o bobo do Adão a comer a maçã. Fomos então conhecidas como ardilosas, perigosas e que "só" servíamos para reprodução.
Será que isso é tão antigamente assim?
Tudo bem, hoje muita coisa mudou, a mulher conquistou espaço, garantiu direitos, adquiriu voz e uma representação social forte, muito mais do que a "só" reprodutiva.
Entretanto, acho que algumas conquistas vieram carregadas de problemáticas e neuroses. Por exemplo, antigamente, nas questões que envolvem a sexualidade, nós éramos vistas como deusas por serem aquelas que dariam continuidade a vida, ou seja, ao tudo. Mas veio a época da Igreja! E essa dominação propagou pecados, obrigações e regras que nos enclausurou numa prisão moral e restrita. E isso permaneceu até as mulheres saírem desta prisão religiosa para entrar para a prisão capitalista, pois eram expostas há horas e mais horas de trabalho, em fábricas que construíam tudo, mas destruíam nosso sonho de liberdade.
Eis que chega o dia 8 de março de 1857, operárias de uma fábrica de tecidos, situada em Nova Iorque, fizeram uma grande greve. Ocuparam a fábrica e começaram a reivindicar melhores condições de trabalho, tais como, redução na carga diária de trabalho para dez horas (as fábricas exigiam 16 horas de trabalho diário), equiparação de salários com os homens (as mulheres chegavam a receber até um terço do salário de um homem, para executar o mesmo tipo de trabalho) e tratamento digno dentro do ambiente de trabalho. A manifestação foi reprimida com total violência. As mulheres foram trancadas dentro da fábrica, que foi incendiada. Aproximadamente 130 tecelãs morreram carbonizadas, num ato totalmente desumano.
Uma tragédia que, sem sombra de dúvidas, incentivou o movimento feminista, e deu todos os direitos legais e morais que as mulheres têm hoje.
Muita coisa mudou, desde então, mas as mulheres também acabaram por reforçar outros lados, fragilizando, muitas vezes o respeito e crinaod situações que tornaram-se inimigas da feminilidade.
Por exemplo, hoje você digita no Google a palavra “mulher” e o que mais se pode ver é a erotização da imagem feminina. Clodovil dizia “que as mulheres estão vulgares, trabalham deitadas e descansam em pé...”, lógico que não são todas. Ainda há mulheres que honram a classe, pois são femininas como Audrey Hepburn, revolucionárias como Coco Chanel, elegantes como Fernanda Montenegro, humanitárias como a Princesa Diana, talentosas como Carmem Miranda, sexy como Brigitte Bardot
Em cada mulher há uma beleza e, para tanto não é necessário tornar-se apenas objeto de desejo dos homens, até porque homens gostam de mulheres, aqueles que escolhe muito “eu quero loira, de pernas longas, de seios fartos...”, ou ele gostaria de ser assim, ou está confundindo as mulheres com os buddy poker do Orkut.
E para concluir, o que deveriam mesmo exterminar são aquelas “pragas urbanas” das mulheres-frutas, morango, jaca, melancia, pois tornaram-se apelidos pseudo-eróticos.
Isso é modinha. Daqui a pouco ninguém lembra delas.
Não deixam nada, não acrescentam nada.
Que acabe logo esse período dos pseudônimos e chegue o período dos adjetivos.
Mas que adjetivos pôr nessas mulheres?
Talvez futilidade e inutilidade, já que sabemos que não é preciso mostrar a bunda para ser uma mulher de verdade.
A história da mulher é a história da pior tirania que o mundo conheceu: a tirania do mais fraco sobre o mais forte."
Oscar Wilde

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