"Primeiro Deus criou o homem, mas depois... bom, depois Ele teve uma idéia melhor", bem melhor!

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

COMPROMETIDA

Antes de qualquer coisa, preciso confessar que sou avessa a best-sellers. Confesso também que em 2009, aceitei a sugestão do Clube de Leitura com certa reserva. Livro eleito: "Comer, rezar, amar", de Elizabeth Gilbert. O que não gosto são as frases na capa: "mais de 4 milhões de livros vendidos" e "seja também a heroína da própria jornada". “Cheirava" a livro de auto-ajuda, o que me dá calafrios. Mas, felizmente, posso me enganar (e não tenho vergonha de admitir!). O enredo é simples: uma jornalista de 30 e poucos anos larga toda uma vida traçada e previsível (inclusive um casamento "feliz") e vai à Itália, Índia e Indonésia atrás de seu próprio caminho. Sim, parece clichê... e é mesmo! Mas as nossas vidas muitas vezes são também. Agir de acordo com o que a sociedade impõe, sobretudo com o peso da idade, é absurdamente duro, tanto que acabamos seguindo caminhos distantes do que realmente queremos e acreditamos. Caminhos sem paixões (no sentido amplo), de culpa (culpando e sendo culpado) e de frustrações. Definitivamente, esta não é a obra literária da minha vida, mas me fez viajar nas aventuras da autora (pelo mundo e dentro de si mesma) e pensar sobre a coragem de mudar o rumo.

Foi então que no final de 2010, cai no meu colo “Comprometida”, também de Elizabeth Gilbert. E essa leitura foi difícil. Não conseguia engrenar, mas finalmente venci, terminei e foi ótimo!

Este livro conta a história do que a autora descobriu depois. Durante quase um ano Liz estudou a instituição do casamento. Descobriu, por exemplo, que entre as mulheres hmong - pequena tribo que habita os picos mais elevados das montanhas do Vietnã, da Tailândia, do Laos e da China - não existe a ilusão, tão comum entre as mulheres ocidentais, de que seus maridos serão a fonte principal da felicidade. Ela descobriu também que o casamento romântico, com vestido branco e véu, é uma novidade criada pela rainha Vitória em 1840, e que até 1215, na Europa, para duas pessoas casarem, bastava que fossem adultos e trocassem votos em voz alta e por vontade própria. Mas o que é o casamento hoje, por que nos atrai, e como podemos fazer as pazes com essa instituição conturbada e vital? É o que revela Gilbert. A história começa 18 meses depois do fim do livro anterior, o ano em que a autora enfrentou um divórcio, uma depressão debilitante e outro amor fracassado até que se livrou de todos os bens materiais, demitiu-se do emprego e partiu para uma viagem de um ano pelo mundo, sozinha. Nos últimos capítulos de Comer, Rezar, Amar, Liz Gilbert conhece o brasileiro Felipe. Naturalizado australiano e divorciado, ele vivia na Indonésia quando conheceu Liz, 17 anos mais nova - é ele o "coroa" da dedicatória do novo livro escrita em português até na edição de língua inglesa. "Perto do fim da viagem, encontrei Felipe, que havia anos morava sozinho e tranquilo em Bali. O que veio em seguida foi atração, depois uma lenta corte e, finalmente, para nosso espanto mútuo, amor".

Como todos os que já passaram pelo divórcio, Felipe e Elizabeth, traumatizados, juraram, nunca, em nenhuma circunstância, casar novamente. "Felipe e eu já tínhamos até jurado fidelidade vitalícia um ao outro, embora em particular. O problema é que éramos sobreviventes de divórcios difíceis, e a experiência nos deixou tão feridos que bastava a idéia de um casamento formal - com qualquer pessoa, mesmo com pessoas tão legais como nós dois - para provocar uma sensação pesada de pavor", escreve a autora. Mas eis que problemas com a imigração americana os obrigam a oficializar a união: quando chegavam de uma viagem, um oficial do Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos deteve o casal e lhes apresentou uma escolha: ou se casavam, ou nunca mais ele entraria no país dela. "Os limites e termos do nosso relacionamento mudaram da noite para o dia. De repente, nós dois - ambos avessos ao casamento e sobreviventes de divórcios traumáticos - fomos basicamente sentenciados pelo governo a casar. Eu queria fazer as pazes com a idéia do matrimônio antes de mergulhar nele outra vez", conta a autora, decidida a desvendar o mistério do que é na verdade essa instituição "confusa, irritante, contraditória, mas teimosamente duradoura do casamento". Nos dez meses seguintes, enquanto os dois vagaram pelo sudeste asiático esperando que o governo norte-americano os deixasse voltar ao país e se casar, o assunto foi a obsessão da autora: "Enquanto viajava com Felipe num estado de exílio sem raízes e trabalhava como louca para levá-lo de volta aos Estados Unidos para que nos casássemos em segurança, a única coisa em que pensei, a única coisa que li e quase a única coisa de que falei com alguém foi o assunto desconcertante do matrimônio." Com humor e inteligência, Comprometida examina questões de compatibilidade, paixão, fidelidade, tradição familiar, expectativas sociais, os riscos de divórcio e as responsabilidades mais mundanas. Liz Gilbert desfaz os mitos, desmonta os medos, constrói uma perspectiva histórica e troca, enfim, fantasias românticas por vitais compromissos emocionais. Assim, o livro se torna uma celebração do amor - com toda a complexidade e as consequências que o amor verdadeiro, sem ilusões, sempre acarretará.

Se vocês conseguirem vencer as primeiras páginas, irão encontrar um relato interessante, uma pesquisa série e comprometida com um dos assuntos mais difíceis de todos os tempos: relacionamento.

Ou alguém aqui acha que viver à dois é fácil?

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Despertar...

Um novo caminho sempre se abre!
Bom, vamos lá! Começar 2011 com as grandes verdades da vida.
Uma delas: não é maravilhoso olhar para trás e sentir orgulho da sua história? Bom, eu pelo menos acredito nisso.
Nada de ficar se culpando, neurotizando situações.
Afinal, é mais do que falado que tudo, absolutamente tudo é aprendizado. Então o grande lance é viver cada momento como se a receita da felicidade fosse o aqui e o agora.
Nossa! Parece tão simples, não é?
Mas a vida prega peças.
Chove demais (aqui em São Paulo isso é fato!), fura o pneu, o despertador não toca, mas pensa bem: tem graça viver sem rir de gargalhar pelo menos uma vez ao dia?
Tem sentido ficar chateado durante o dia todo por causa de uma discussão?

Minha meta: viver bem.
Afinal, 2010 foi um ano cheio.
Cheio de coisas boas e realizações, mas também cheio de problemas e desilusões.
Normal.
Às vezes se espera demais das pessoas.
Normal.
A grana que não veio, o amigo que decepcionou, o amor que acabou.
Normal.
Provavelmente 2011 não será diferente.
Muda o ano, o século, o milênio, mas o homem não muda.
É cheio de imperfeições, a natureza tem sua personalidade que nem sempre é a que a gente deseja, mas e aí? Fazer o quê? Acabar com seu dia? Com seu bom humor? Com sua esperança? Jamais!

O que eu desejo para todos nós é sabedoria.
Que saibamos transformar tudo em uma boa experiência.
Que todos possamos perdoar.
Perdoar para mim é sentimento.
Sentimento dificílimo, mas também nobre e necessário para seguir em frente.
Caso contrário, parece que a vida trava, fica estagnada, não flui.
Perdoar acima de tudo é libertador.

Eu sei, eu sei, sofreu demais, não foi?
Mas chorar de dor, de solidão, de tristeza, faz parte do ser humano.
Não adianta lutar contra isso.
Mas se a gente se entende e permite olhar o outro e o mundo com generosidade, as coisas ficam diferentes.

Desejo para todo mundo esse olhar especial!
Porque 2011 pode ser o bicho, o máximo, maravilhoso, lindo, espetacular ou pode ser puro orgulho! Depende de quem?
Apenas de nós e, principalmente, de aprendermos (finalmente!) em não colocarmos nossa felicidade no outro, mas em nós, em quem somos e no que queremos.
Pode ser?
Tranquilo?
E que seja!

Feliz olhar novo, meus amigos!